"No fundo do mato-virgem, nasceu Macunaíma. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande: escutando o murmurejo do Uraricoera que a índia tapanhumas pariu uma criança feia, chamada Macunaíma. Já na meninice, fez coisas de sarapantar; de primeiro, passou mais de seis anos não falando... E si o incitavam a falar exclamava:
- Ai! Que preguiça!..."
Uns mais, outros menos, todos nós temos nossos dias de Macunaíma. O que poucos sabem é que essa preguiça possa ter explicações genéticas. Mas se você acha que arranjou uma desculpa para faltar à academia, tire o cavalinho da chuva: Tim Lightfoot, um dos pesquisadores da preguiça, afirma que a genética só se responsabiliza por 84% de sua capacidade física.
O estudo foi realizado em ratinhos, que têm cerca de 95% de genes em comum com os homens. Foi analisado o ócio dos roedores e, segundo Tim, em entrevista à Época, "enquanto alguns camundongos corriam de 10 a 15km por dia, outros entupiam suas rodas de corrida com serragem, para fugir dos exercícios...".
Como temos (
Inevitável: aparecerão chás de mil ervas e zilhões de medicamentos para curar a preguiça... Ao invés de entupir nosso organismo de remédios, por que não podemos apostar nos 16% sobre os quais os genes não atuam? Deixar o carro na garagem e dar uma boa caminhada talvez também seja um excelente remédio...
Voltando ao Macunaíma... T
alvez a preguiça de nosso herói sem caráter seja herança da índia tapanhumas... Quem diria, Andrade!